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Lucha Libre AAA: Héroes Del Ring

Lucha Libre AAA: Héroes del Ring
É interessante pensar no esporte e nos fenômenos que eles geram, ou que ao mesno giram em torno deles. A partir das regras básicas do futebol, diversas demonstrações de habilidade com a pelota pipocaram e ganharam notoriedade, entre elas as desconcertantes apresentações de embaixadinha que, que por um tempo, foram atrações dominicais na televisão. Nos Estados Unidos, o basquete - ou talvez mais exatamente algumas iniciativas sócioculturais da década de 90 - fez surgir o Streetball, variante em que metade da quadra é usada geralmente para embates um-a-um ás vezes surpreendemente acrobático. E da luta livre, os mexicanos engugaram aquilo que seria conhecido como Lucha Libre. "Enxugar" não é bem o verbo mais cabível se você parar pra assistir uma boa e velha "lucha" tradicional, confesso. Homens gigantes entram em um ringue de boxe vestidos de Spandex e com máscaras bem trabalhadas, desafiando seu oponente e seguindo á risca papéis de bandido e mocinho que fariam qualquer roteirista de novela corar de vergonha. Depois da troca de ofensas, aluta ocorre como uma veloz demonstração que mistura ginástica, espetáculo de rua e tudo no meio. É um estouro de tais proporções quenão é incomum ver a própria platéia se engalfinhando no meio da peleja, entre mortais desafiadores e mata-leões que mais lembram um nó górdio. E não fica apenas no palco: com uma popularidade que rivaliza o futebol, o "esporte" movimenta um mercado que inclui quadrinhos, revistas e filmes, todos estampados com as máscaras multicolorias de seus atores.

Mas se depender da Konami e da publisher mexicana Slang e seu game Lucha Libre AAA Héroes del Ring, a moda não vai pegar nos videogames assim tão cedo.

Lucha Libre AAA toma como base e fundamento principal a jogabilidade do clássico WWF No Mercy, deixando de lado, no meio do caminho, de se lembrar que não estamos mais nos anos 90. O sistema de jogo do game é bem simples: você tem botões definidos para cada golpe (socos e chute) e um que executa um agarrão. No mais, o jogador pode usar as cordas de cada lado do ringue para se catapultar em direção ao usuário ou para esmaga-lo com o já famoso salto mortal, e aplicar um total de dois golpes especiais e uma técnica de submissão. Uma vez dentro de uma chave, a vítima deve apertar um botão repetidas vezes para sair. E isso é tudo o que você presisa fazer para vencer o game: socar e chutar seu oponente até ele ficar cansado, depois apostar em saltos mortais suicidas e alguns agarrões, e terminar a luta com uma submissão. A Slang ao menos misturou um elemento a mais no game. Ao invés de ter uma barra de vida ou áreas de dano fadiga como games mais tradicionais, o que governa seu sucesso em Lucha LibreAAA é sua notoriedade. Em uma tentatica de simular o espírito da "Lucha", o jogo exige que você esteja constantemente agradando o público para sair inteiro do embate. Ou seja, misturar técnicas mais estilosas aqui e ali será fundamental para se manter em pé - é possível até recuperar sua barra de notoriedade provocando o oponente com inputs do direcional digital. Com a barra completa, os luchadores ganham acesso aos dois golpes especiais já citados. Embora um conceito de uma barra de via que possa ser recarregada em plena batlhas pode soar interessantes, nnao há muito além disso que ajude  a esquentar os combates.

O problema principal do jogo está em sua velocidade. Controlar o vilanesco Eletroshock em u ringue de Lucha Libre deveria ser bem diferente de manekar os golpes de, digamos, The Undertaker, em um embate de werstling, mas nnao é. Embora tenha tomado emprestado o esqueleto de antigos clássicos do N64 (o que está longe de ser um pecado inadmissível), a equipe aparentemente esqueceu que, para capturar a essência de seu material base, seria necessário acelerar a coisa um pouco mais. Todos os complicados movimentos e os saltos suicidas que fazem da Lucha Libre o espetáculo catártico que ela é parecem ser incapazes de ser realizados pelas lesmas que habitam o tatame de Héroes del Ring, e todo o ritmo da luta soa incongruente por causa disso. A simplicidade do esquema de jogo server para diferenciar o estilo do game de uma simulação nos moldes de UFC Undisputed 2010, mas é levada a consequências tão absurdas que nem o sequer os combatentes lutam de maneira diferente uns do outros.O jogo chega a explorar o conceito de bandido e mocinho, principalmente no modo carreira em que é possível fazer decisões quanto a sua imagem no ringue, masnão há nada que sirva ao propósito de contextualizar o jogado ou ao menos deversificar cada 31 dos Luchadores envolvidos (incluindo nomes como Killer Clown, Psycho Clown e, surpresa! Zombie Clown).

Os modos de jogos contam com algumas opções variadas, como partidas de "Máscaras versus Cabellera", em que o lutador perdedor deve escolher entre se desfazer de sua máscara ou raspar os cabelos. É divertido por alguns instantes, mas como o resto do game, carece de um bom senso de consequência e contextualização. E, claro,nada melhor do que uma partida com outro jogador (via online ou local) para esquecer um pouco do tédio dos jogo. As partidas funcionam bem e podem até servir de um bom - porém breve - passatempo, já que são bem mais acessíveis do que muitos outros jogos de luta. Só não espere encontrar muitos desafiadores online; o jogo não está exatamente pipocando em popularidade no momento. Lucha Libre conta, finalmente, com um editor de máscaras surpreendentemente complexo para a natureza do game em que foi incluido. É possível decidir padrões de cer, formato, e até acessórios como chifres e orelhas. Apesar do colorido todo, o jogo tem uma apresentação visual apenas mediana: embor tudo seja bem renderizado em 3D, as animações dos lutadores lembram as de jogos de PS2 e são robóticas e bizarras. Os luchadores tentam simular velocidade balançando os braços e pernas, mas mais parece que eles tem cola nos sapatos. Além do jeitão truncado dos movimentos, o jogo vez ou outra trava sem motivo aparente - normalmente antes de decisões no modo campanha ou durante a execução de alguns golpes nas partidas. O modelo tridimensional dos lutadores não guardam detalhes como gotas desuor dos esportistas deUFC Undisputed 2010, mas tudo bem. Afinal, quem sinceramente ahca que Xtreme Tiger sequer sua durante uma chave de braço, não sabe nada de Lucha Libre!

A Lucha Libre é um fenômeno interessante. Uma demonstração depende muito mais do espetáculo e da participação de seu público do que esportes tradicionais. A categoria é uma válvula de escape incomun, de um país em que metade da população ainda vive em situação de pobreza e um terço resideem áreas cujo PIB diário não ultrapassa US11,5. A Lucha Libre é um misto borbulhantes do orgulho e tradição de um povo que, fora das circuntâncias fantásticas de seus homens mascarados, ainda pena conflitos sociais e gritantes. Em resumo, há muita energia por trás de um simples lucha, e uma simulação desse tipo de evento não devia se resumir a uma mecânica de 10 anos de idade. O slogan das propagandas do game é algo como "Isso nnao é Wrestling. É Lucha Libre", mas todo esforço da equipe de desenvolvimento não parece fazer jus. N˜so temos dúvidas que o jogo achara público no seu país de origem o jogo foi lançado primeiro no México, algo incomum para um game de console, e a Slang não parem por aí. Jogos de Lucha Libre não são coisa que se vê todo dia, e seria ótimo ver uma franquia vingar com tal abordagem. Mas por enquanto nós vamos ter que deixar Lucha Libre AAA na prateleira de "no bueno".

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